História Perdida - Jóias da Imperatriz Elizabeth da Áustria

Apesar de gostar muito de realeza, há assuntos ou mesmo monarquias que não domino de todo.
Quer por essas monarquias já não existirem, quer por simplesmente eu não me interessar muito por elas.
Quando a questão são jóias, eu já disse quando fiz os post Rastos de Tiara 1, 2 e 3, que tenho um certo complexo de inferioridade em relação a tais peças. São autênticas obras de arte em alguns casos, mas não me atraem de todo, ao ponto de preferir um qualquer vestido que a Romy Schneider tenha usado na Trilogia Sissi a uma tiara esplendorosa.
Geralmente são grandes, com várias pedras, parecem-me extremamente pesadas e dependendo dos casos, completamente exageradas.
No entanto, é impossível para qualquer amante de História não fazer uma vénia ao significado e história de tais peças. A Rainha Sílvia da Suécia disse numa entrevista que "o interessante de usar aqueles conjuntos centenários, não está no facto de quem usa as jóias e do quão importante essa pessoa é, mas sim na importância que essas peças dão à pessoa". Percebem a diferença? Poderá quase dizer-se que não são as pessoas que usam estas jóias mas sim as jóias que usam as pessoas. Pode parecer um pouco duro de se ouvir, mas na verdade as pessoas vão e vêm e estas peças esperam simplesmente que uma nova pessoa apareça que seja digna o suficiente de as usar não só as peças, mas a História que elas representam.
Por estas razões é que eu adoro apreciar jóias reais...E é também por essas razões que fico mortificada por tanta História se ter perdido no último século, consequência de quedas de monarquias, exílios, duas guerras mundiais que deixaram um gosto muito amargo de vidas perdidas e também de peças de arte das quais não se conhece o rasto.
Graças a um grupo no Facebook, o Royal Jewels Fan Club (o qual aconselho vivamente para quem gosta de jóias reais) fiquei a saber um pouco mais de certas peças ícones de uma das personalidades que mais admiro no mundo da realeza: a Imperatriz Elizabeth da Áustria. 
Sim, aquela da qual eu gostava de ter um vestido em vez de uma tiara...Mas da qual, em termos de jóias, eu sei (ou sabia) muito pouco...

Imperatriz Elizabeth da Austria
Artista: Franz Xaver Winterhalter
1865
Uma das jóias mais carismáticas e famosas da Imperatriz são estas peças em forma de estrela, com ou sem pérolas que Elizabeth usava no cabelo e na roupa. O que aconteceu realmente a estas estrelas não se sabe. Existiam dois conjuntos de 10 estrelas de diamantes. Especula-se que um dos conjuntos faz actualmente parte de uma colecção privada, enquanto o outro pensa-se ainda estar na posse da família Habsburgo.
Sem dúvida as estrelas com a pérola são as mais famosas devido ao seu retrato de 1865, em vestido de baile, em que a Imperatriz posa com estas peças num penteado bastante elaborado e carismático. 



Esta imagem de Elizabeth ficou de tal forma marcada que em vários filmes e musicais que se fizeram ao longo dos anos sobre a sua vida, este visual é sempre reproduzido.



No filme inspirado no musical de Andrew Lloyd Webber's  "The Phantom of the Opera", a personagem Christine usa um vestido inspirado no visual do retrato de Winterhalter e com réplicas das famosas estrelas.


Outro quadro muito famoso da Imperatriz retrata Elizabeth usando um fantástico conjunto de rubi.

Imperatriz Elizabeth da Áustria e Rainha da Hungria

Este conjunto inicialmente pertenceu à Rainha Marie-Antoinette de França, nascida Arquiduquesa da Áustria  A jóias terão sido enviadas para a sua irmã a arquiduquesa Marie-Christine em Bruxelas, antes da revolução que levou Marie-Antoinette para a guilhotina. As jóias foram enviadas para Viena onde foram posteriormente alteradas pelo joalheiro Köchert para a Imperatriz Elizabeth. 

Réplica do conjunto do qual faziam parte uma tiara, gargantilha e broche

Depois da queda do Império em 1918, a família imperial procurou exilo na Suiça e Portugal, levando com eles pequenas peças de joalharia  As maiores, incluindo este conjunto de rubi, diamantes e ouro terão ficado confiados a Bruno Steiner um gestor de finanças da Família Imperial. Bruno Steiner vendia algumas jóias à medida que a família imperial precisava de dinheiro, até ao dia em que desapareceu com toda a sua família e com as últimas jóias dos Habsburgo. O conjunto bem como outros itens nunca mais foi recuperado.

É duro ver tanta História perdida, desmantelada ou simplesmente desaparecida...

Comentários

Enviar um comentário